Crimes: as mortes que chocaram a opinião pública

 

Suzana von Richthofen planejou a morte dos paisSuzana von Richthofen planejou a morte dos pais

Na semana passada, o assassinato do cartunista Glauco Villas Boas e seu filho, Raoni, causou indignação e tristeza. Preso, o estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes confessou ter matado pai e filho. O assassino confesso era membro da Igreja e Comunidade Céu de Maria, fundada por Glauco. No sítio perto do pico do Jaraguá, Cadu teria emboscado a enteada do cartunista, Juliana, para atrair o resto da família. Testemunhas afirmaram que o crime foi premeditado e que a intenção do assassino era matar toda a família.

Em 2008, outro caso teve um desfecho trágico e chocou a opinião pública. Desesperado com o término do relacionamento de mais de dois anos que mantinha com Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, Lindemberg Fernandes Alves, sete anos mais velho, decidiu invadir o apartamento dela, no ABC paulista. Depois de  mais de 100 horas agonizantes sob a mira da arma de Lindemberg, Eloá foi baleada na cabeça e na virilha, não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 18 de outubro de 2008. Segundo pessoas próximas a ela, Lindemberg era ciumento. O caso provocou comoção nacional.

Na década de 1990, o ciúme doentio e possessão também foram as razões que levaram ao  assassinato da atriz Daniela Perez. O homicídio foi cometido pelo também ator Guilherme de Pádua, com a cumplicidade de sua mulher, Paula Thomaz. Conforme sua própria confissão, armado de uma tesoura, Guilherme acertou doze estocadas no peito da atriz. Oito atingiram o coração, uma delas com 10 centímetros de profundidade. Dez dias antes do crime – que ocorreu em dezembro de 1992 – cada um fez uma tatuagem em suas partes íntimas para firmar um pacto de fidelidade.

Dois anos mais tarde, a fúria de Maria Lúcia do Amaral foi parar nas páginas policiais. Para se vingar de uma traição, ela jogou água fervente sob o pênis do marido, Juarez Rodrigues Pereira, enquanto ele dormia. A mulher foi para a cozinha, ferveu 5 litros de água com pimenta, entrou no quarto e derrubou o liquido flamejante no corpo do marido. Em um caso semelhante, o carpinteiro José Salustiano dos Santos também resolveu castigar sua mulher infiel: ele marcou a ferro o rosto de sua mulher, Maria Lúcia dos Santos.

Enquanto algumas pessoas são ciumentas e gritam para o mundo sua insegurança, outras preferem agir em silêncio. Esse foi o caso de Patrícia de Fátima Guimarães Carreiro, que matou o namorado, Roberto Lima, e depois tentou se suicidar. Como não conseguiu, ela permaneceu no apartamento onde moravam e conviveu com o corpo dele durante quatro dias – até ser encontrada viva e sozinha com uma parte da testa estraçalhada por um tiro. Em janeiro de 1994, a morte também foi a solução encontrada pelo construtor Vicente Cimino para resolver o “casamento infeliz”. Desesperado com as repetidas brigas que tinha com a mulher, com quem era casado havia 17 anos, ele resolveu assassinar a família inteira – incluindo sogros e sobrinho. Isso tudo aconteceu na véspera do Natal.

Outro grande caso de grande destaque foi o crime da Rua Cuba. Morador da região, Jorge Delmanto Bouchabki, que foi considerado o principal suspeito de assassinar seus pais, Jorge e Maria Cecília Bouchabki, na véspera do Natal de 1988. Em outro assassinato em família, o advogado Ariosto Riambau matou seu filho mais velho, Vicente, com quatro tiros na cabeça. Logo depois, o pai foi executado pelo seu outro filho, com três balas – também na cabeça.

Em um dos casos mais recentes, Suzana von Richthofen saiu dos aulas de direito diretamente para o banco dos réus. Em 2002, ela abriu a porta da mansão da família em um bairro nobre de São Paulo para que o então namorado, Daniel Cravinhos, acompanhado do irmão, Cristian, entresse no quarto de seus pais e os assassinasse a golpes de barras de ferro. Em sua primeira entrevista depois do crime, Suzana falou a VEJA. Com pantufas em forma de coelhinho e camiseta com a estampa da personagem Minnie, ela se disse arrependida. “Quero minha vida de volta”.

Semelhante ao caso de Suzana, o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram apontados como os resposnáveis pela morte de Isabella Nardoni, filha do primeiro casamento de Alexandre. Segundo a investigação da polícia, eles combinaram jogar Isabella pela janela na tentativa de encobrir o que supunham já ser um assassinato. Para os investigadores, Anna Carolina Jatobá asfixiou Isabella ainda no carro, no trajeto entre a casa dos pais dela e o apartamento da família. A menina ficou inconsciente e o casal achou que ela estava morta. O crime chocou o Brasil.

Em 9/4/1986: Crime e delírio 
Em 21/11/1984: Marcada a ferro
Em 9/12/1990: Crime da rua Cuba
Em 5/2/1992: Sangue em família 

Em 13/1/1993: Assassinato de Daniela Perez 
Em 5/1/1994: Quatro cadáveres na ceia
Em 3/8/1994: Vingança escaldante
Em 12/4/2006: Os mortos de Suzane

Em 23/4/2008: Frios e dissimulados
Em 29/10/2008: As tintas do inferno.